Saberes matemáticos do campo e da escola: processos de aprendizagem e educação de jovens e adultos
DOI:
https://doi.org/10.48489/quadrante.22848Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Etnomatemática, Processos de Aprendizagem do CampoResumo
A compreensão dos processos de construção de saberes não escolares elaborados por alunos jovens e adultos, oriundos de diferentes contextos geo-político-econômicos do sistema federativo brasileiro, é uma das nossas principais preocupações neste trabalho. Parcela significativa desses alunos traz marcas de seu passado rural, que se manifestam nas práticas cotidianas das salas de aula noturnas. Quanto aos saberes matemáticos, aparecem claros indícios de procedimentos que revelam as aprendizagens não formais do campo. À semelhança dos processos de contagem da colheita, desmembram-se algoritmos em partes menores, agrupam-se quantidades em bases não decimais, assim como são valorizados procedimentos de memorização e cálculo mental, representando marcas culturais identificatórias. Estratégias e táticas de sobrevivência, construídas no passado agrícola desses educandos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), têm refl exos nas suas formas atuais de raciocinar matematicamente. No confronto com a sociedade letrada, juntam-se conflitos de ruptura com suas culturas de origem, pois na escola, adultos migrantes vivem uma dupla negação, ao serem recusados tanto em razão de seus saberes quanto de suas formas de compreender a realidade. Nossa reflexão toma por base dados de pesquisas realizadas nas perspectivas sócio-antropológica e etnomatemática, analisando os processos pelos quais são construídos esses saberes de jovens e adultos.
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