Educação matemática e interculturalidade: um estudo sobre a oralidade de formas de vida rurais do sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.48489/quadrante.22847Palavras-chave:
Interculturalidade, educação matemática, etnomatemática, oralidade, formas de vida ruraisResumo
Este artigo tem por objetivo discutir o tema “educação matemática e interculturalidade”, a partir de pesquisas realizadas em três diferentes formas de vida rurais do sul do Brasil, tendo como eixo articulador uma característica peculiar daquelas culturas: sua oralidade. O referencial teórico do estudo situa-se no campo da Etnomatemática, em seus entrecruzamentos com as teorizações de Michel Foucault e com a obra de maturidade de Ludwig Wittgenstein. A análise do material de pesquisa evidencia que a) os jogos de linguagem que constituem a oralidade das três formas de vida investigadas apresentam “fortes” semelhanças de família entre si; e b) há “fracas” semelhanças entre os jogos de linguagem
praticados pela matemática escolar e aqueles que conformam a oralidade daquelas culturas rurais. Com base nessa análise, o estudo conclui que os sujeitos escolares dos contextos rurais estudados — aqui entendidos como professores e estudantes que têm sido assujeitados pela maquinaria escolar, em particular pela matemática que ali é ensinada — têm sido submetidos a tensionamentos produzidos pelo confronto entre a cultura oral na qual são nativos e a cultura alienígena da instituição na qual têm sido escolarizados.
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